Julian Assange, fundador da Wikileacks, tem literalmente a cabeça a prémio. A divulgação dos malogrados telegramas confidenciais, tem suscitado polémica em todo o mundo, em que os maiores visados foram os Estados Unidos da América, que desta feita, já estarão a esmiuçar estratégias para derrubar Assange, e pelos vistos, já surtiram efeito.
Opinião Por: Henrique Silva
Julian Assange, fundador da Wikileacks, tem literalmente a cabeça a prémio. A divulgação dos malogrados telegramas confidenciais, tem suscitado polémica em todo o mundo, em que os maiores visados foram os Estados Unidos da América, que desta feita, já estarão a esmiuçar estratégias para derrubar Assange, e pelos vistos, já surtiram efeito.
Julian Assange, fundador da Wikileacks, tem literalmente a cabeça a prémio. A divulgação dos malogrados telegramas confidenciais, tem suscitado polémica em todo o mundo, em que os maiores visados foram os Estados Unidos da América, que desta feita, já estarão a esmiuçar estratégias para derrubar Assange, e pelos vistos, já surtiram efeito.
Após a divulgação dos 250 mil telegramas, todo o mundo assistiu a diversas manobras para intimidar a Wikileaks, desde os ataques piratas ao site; a detenção de Assange por supostos crimes sexuais na Suécia; a Mastercards e a Paypal deixaram de colaborar com a Wikileacks, e como se não bastasse, várias potências mundiais já vieram a público manifestar o seu desagrado pela actuação desta instituição não-governamental, como foi o caso do Canadá (cujo o presidente pediu para que Julian Assange fosse assassinado) e da França, que proibiu a Wikileacks de instalar os seus servidores. Não deve demorar muito para estes estados apelidarem Assange como o “Bin landen” dos tempos modernos. As tentativas de abalar a liberdade de expressão foram por um cano abaixo, e claro, a Wikileacks só ganhou força e expressão no mundo.
Será que a Wikileacks estará realmente a fazer um serviço público e a contribuir para a paz mundial? As opiniões dividem-se.
Aqueles mais conservadores, põem em causa o trabalho desenvolvido pela wikileacks, no qual acusam de serem desordeiros, quiçá, os futuros responsáveis por uma eventual terceira guerra mundial. O comentador político Marcelo Rebelo de Sousa, no seu habitual espaço na Tvi, acredita que a divulgação dos telegramas confidenciais significa um retrocesso na diplomacia internacional, e se Julian Assange teria como objectivo impor a paz mundial, a sua conduta pode ter um efeito contrário. Não obstante, a transparência nos estados soberanos não contribui para um melhor funcionamento da diplomacia, e nesse caso, concordo que foram totalmente descabidas as divulgações dos pontos estratégicos dos Estados Unidos da América no mundo, dado que se revelam úteis para eventuais terroristas e inimigos dos americanos. Mas essa situação não altera em nada a minha admiração pela Wikileacks.
Hoje o mundo já conhece as jogadas de bastidores dos Estados Unidos da América, e segundo aquilo que podemos depreender dos telegramas, os americanos olham com desconfiança, sem excepção, para todos os países, ao ponto de pedir relatórios aos seus embaixadores no mundo inteiro. Neste momento, pouco se conhecem as suas razões, mas tudo leva a crer que os americanos, que tanto zelam pela liberdade dos povos, gostam é de meter o nariz em tudo, e quem sabe, para benefício próprio.
Quem não se lembra de um vídeo lançado há meses, em que mostrava soldados americanos a abater civis no Afeganistão ? O vídeo é datado em 2004 e só agora foi descoberto graças à prepotência da Wikileacks, no qual a América ripostou em comunicado oficial, dizendo que os militares confundiram os civis com terroristas. Mas pergunto: Porque é que só assumiram o erro quando o vídeo foi divulgado? Tenho sérias dúvidas…
Julian Assange está detido em Inglaterra por crimes sexuais a duas ex-colaboradores da Wikileacks, crimes esses que foram ocorridos em Agosto, após a divulgação do vídeo sobre o abate dos civis afegãos. Coincidência ou não, foi emitido um mandato de captura a Assange através da Interpol, o que me levantou sérias dúvidas, pois nunca pensei que a Interpol, que antes capturava terroristas, fosse também direccionada para capturar supostos violadores. Daqui a nada, o “Bibi” foge da prisão e tem a Interpol à perna…
Outro dado interessante, é que a polícia britânica encontrou algumas incoerências no mandato de captura da polícia sueca, o que leva a crer que Assange estará ser julgado, não pelos crimes sexuais, mas pelo o que fez na Wikileacks.
O que fez recentemente a Wikileacks, originou inúmeras discussões sobre os limites da liberdade de expressão na Internet, e certamente que não irão faltar argumentos para se esgrimir na esfera pública.
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