Nuno Pires, Rui Viana, Daniela Ribeiro, o que é que estes jovens têm em comum, à primeira vista nada, mas se olharmos mais de perto para estas três pessoas vemos que são jovens e estão a trabalhar, algo raro por estes dias em Portugal.

Nuno Pires licenciou-se na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Ciências da Comunicação, no ano de 2008. Do fim da licenciatura ao trabalho foi um pulo, já que como o próprio afirma “Todo o processo foi muito rápido”, já que ele ficou a trabalhar na empresa onde fez o estágio curricular. Com 26 anos, Nuno Pires é o Director de Marketing na empresa GlobalSport.
 Foi de forma auto didacta que este jovem foi a procura do que queria para o seu futuro, futuro que começou logo cedo na escolha do local para fazer o estágio curricular, “no momento da escolha do estágio curricular apercebi-me que existia uma lacuna na oferta de estágios fornecidos para a área da Assessoria de Comunicação e Relações Públicas. Sendo essa a área da Comunicação com a qual mais me identifico, tentei procurar, pelos meus próprios meios, uma empresa que estivesse disponível. Encontrei a GlobalSport que através do seu Director Geral, Dr. Paulo Costa, apostou em mim e após o estágio curricular decidiu contratar-me.”, foi desta forma que Nuno Pires arranjou trabalho.
Todos sabemos que Portugal atravessa uma forte crise financeira, o que não trás nada de auspicioso para os jovens que estão a terminar as suas licenciaturas, para Nuno, o cerne da questão está nas instituições de ensino que não incentivam os alunos, “a Academia tem imensa dificuldade em acompanhar a evolução do mercado e, nesse aspecto, têm de ser os próprios alunos a estarem atentos às novas tecnologias de informação e ao despontar de novas formulações do paradigma Comunicação no tecido empresarial Português. Somente antecipando cenários é que nos podemos preparar para os desafios do mercado laboral. A nível académico, deveria ser mais cultivada a lógica empreendedora para que não se fique amarrado unicamente à possibilidade de trabalhar por conta de outrem.” Para Nuno “neste novo mundo impõem-se três necessidades: Inovar, Comunicar e Globalizar” para assim termos à nossa disponibilidade e a capacidade de criarmos o nosso próprio negócio, e não estarmos dependentes de ninguém para vingar na vida.


Tal como Nuno Pires, também Rui Viana encontrou rapidamente emprego após o término da sua licenciatura. Rui tem 23 anos de idade, e terminou a licenciatura em Enologia em Julho de 2010.
Este jovem, como já foi referido, não esteve muito tempo à procura de emprego, digamos que não esteve mesmo tempo nenhum, já que quando terminou “o curso já tinha o emprego”. Rui Viana trabalha numa empresa perto de Vila Real, A Roncão Pequeno, e soube deste emprego através de um amigo.
Rui, enólogo, ainda em inicio de actividade, acredita que a “Universidade de Trás-os-Montes e Alto abriu-me as portas para este emprego, neste momento difícil para arranjar trabalho foi fundamental ter a licenciatura, para ter trabalho.”



Já destino diferente tiveram a Ana Felix e a Daniela Ribeiro, ambas terminaram a licenciatura em 2008, em Ciências da Comunicação. E o caminho até ao emprego foi longo.
Daniela Ribeiro trabalha, actualmente, como repórter de imagem para a RTP na delegação de Genebra, Suíça, mas antes deste trabalho a jovem esteve “5 meses à procura de emprego”.
Foi através de uma candidatura natural que a jovem ficou com o lugar de repórter, “Não vi nem tive conhecimento de nenhum anúncio para o cargo. Na altura enviei o Curriculum Vitae para várias empresas, e quando estava a "navegar" no site da RTP vi a morada da delegação em Genebra e enviei uma candidatura espontânea, fui aceite.”

Daniela acredita que a UTAD não lhe abriu grandes portas no que diz respeito ao trabalho, “Se a UTAD me abriu alguma porta? Penso que não, a não ser o facto de ser licenciada e ter feito o estágio curricular na delegação da TVI em Vila Real, mas penso que esse facto tanto pesava ter tirado o curso na UTAD ou em outra universidade qualquer.”
Muitos são os que dizem que o fundamental para arranjar trabalho é não desistir, e apostar na formação e Daniela partilha dessa opinião “o importante é que não desistam e que sejam muito persistentes, e penso que uma formação contínua também é muito importante, quanto mais capazes formos de fazer o nosso trabalho mais fácil será alguém acreditar em nós e dar-nos uma oportunidade.”

Foi ao fim de dois anos que Ana Félix conseguiu o seu primeiro emprego remunerado, até aqui andou de estágio em estágio. “Apesar de nunca ter estado muito tempo parada, trabalho propriamente dito, a ser remunerada pelos meus préstimos, o oficial, o primeiríssimo consegui apenas em Março deste ano.”
Ana trabalha neste momento para a RTP, mais concretamente para a Antena 3, onde faz produção de conteúdos das rádios Web Antena 3 Rock e Dance. “Programo os alinhamentos dos programas, actualizo os sites, o facebook.”
Quando questionada sobre se a UTAD lhe abriu algumas portas Ana não hesita em dizer “Não me abriu uma porta directamente, mas contribuiu muito para que hoje consiga desempenhar as minhas funções. Para além de toda a teoria das aulas de web jornalismo, estou muito agradecida ao Audition, que me possibilitou os conhecimentos básicos em programas de áudio, fundamental para o meu trabalho.”



Ana, Daniela, Rui e Nuno, são apenas quatro rostos jovens do sucesso, rostos do esforço, e da não desistência. 
É numa altura que ouvimos cada vez mais falar do desemprego entre licenciados que sabe bem ver que afinal é possível, basta não desistir e acreditar sempre que vamos conseguir.

Por: Sara Alves
Imagens: DR 

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