A obra nasce
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Julgo que esta frase de Fernando Pessoa é a melhor forma de começar o primeiro editorial do E-feito. Na verdade, esta expressão realça o poder dos sonhos. Como admiro os jovens a quem lecciono, pois lutam pelo sonho de abraçar profissionalmente o Jornalismo, e quero contribuir, de algum modo, para que o concretizem, a frase encaixa-se na perfeição no início deste novo projecto.
E-feito é um jornal online dos alunos do 2º ano de Mestrado em Ciências da Comunicação, na vertente de Jornalismo, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Surge no âmbito das disciplinas de Laboratório Jornalismo II e Jornalismo Especializado II. Um dos objectivos é proporcionar aos alunos a consolidação das técnicas jornalísticas desenvolvidas ao longo do percurso académico. Por outro lado, pretendo que passem pela experiência, nem sempre fácil, do trabalho em equipa e vivenciem a exigência das rotinas profissionais do Jornalismo. Finalmente, dar visibilidade às peças jornalísticas, além de contribuir para um maior sentido de responsabilidade e autonomia dos alunos, torna-se para eles muito mais gratificante do que se os trabalhos ficassem encerrados no universo da sala de aula. Além dos mais, esta abertura pode constituir uma componente importante do futuro profissional.
Em termos de conteúdos, o E-feito versará, essencialmente, três grandes tópicos: as pessoas e os eventos da instituição (UTAD), Ensino e Investigação e os acontecimentos da cidade de Vila Real que possam interessar aos estudantes e a toda a comunidade académica. Assim, através de fotojornalismo, notícias, reportagens, entrevistas e espaços de opinião, serão tratados temas ligados à cultura, ao deporto, à vida académica, à cidade, à UTAD e até mesmo informações úteis para os universitários.
Não querendo ocupar muito espaço, pois este lugar é, acima de tudo, dos alunos, gostaria de terminar este editorial voltando à ideia inicial: “a obra nasce”. Isto porque recentemente fui à inauguração de uma grande construção e disse aos engenheiros civis que a dirigiram: “A vantagem da vossa profissão é que vêem a obra, o resultado do vosso trabalho e esforço”. Mas reflecti uns segundos e admiti: “Bem, eu como professora também vejo obra, contemplo o fruto do trabalho quando vejo um(a) ex-aluno(a) a fazer uma reportagem na televisão, o/a ouço na rádio ou leio uma peça assinada por algum deles num jornal…”. Este blogue dá-me esse sentimento de realização, pelo facto de eu ter contribuído, mesmo que numa pequena parte, para que seja possível existir este projecto. O mérito é dos alunos, não é meu, mas fico orgulhosa por poder estar presente nesta caminhada.
Por Inês Aroso
