O jornal Sol publicou há uns dias atrás uma notícia que dava conta que restaurantes e cantinas eram os responsáveis pelas “35 mil refeições” deitadas ao “lixo diariamente”, o que ao fim de um ano equivale a mais de 12 milhões e 700 mil refeições.
É um pouco delicado falar em questões como alimentação ou segurança alimentar não vá aparecer por aí a ASAE. As justificações são avançadas e mais parecem um empurrar de responsabilidades. O sector da restauração e hotelaria diz que esta situação se deve à “legislação em vigor”, já a ASAE diz que se trata de uma “má interpretação da lei”. Uma coisa é certa, a culpa é da legislação.
“Aproveitar os restos” (é uma expressão com uma conotação um pouco negativa, ainda para mais se for dita em frente aos senhores que vistoriam este tipo de estabelecimentos) é uma opção, e muito viável. A comida sobra, mas está boa, logo há que a aproveitar, redireccioná-la para instituições de caridade, por exemplo.
Deixar de uma vez por todas o lado burocrático, impeditivo e confuso, e adoptar definitivamente uma acção prática e eficaz. Criar uma rede de recolha de comida nestes espaços de restauração consegue-se, sobretudo, com vontade, vontade de todos os intervenientes. Resta apenas ter em linha de conta o cuidado no seu transporte para que nada se estrague. Difícil?
Congregar esforços e trabalhar em equipa, o associativismo, no fundo, tem perdido terreno, numa sociedade que cada vez mais dá azo ao individualismo. Se com uma rede de recolha quem fica a ganhar são as pessoas que não têm comida, então que se avance, que se trabalhe e, acima de tudo, que se ajude os mais necessitados.
Por: Ana Teixeira
1 comentário:
Parece que afinal já alguém se lembrou de pensar numa solução!! Tava difícil!! :s Como é que é possível que as pessoas que "mandam" não conseguem atingir aquilo que está á frente dos olhos de todos???
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