Foste influenciada por alguém ou por alguma coisa?
Posso dizer que, na minha opinião, influenciou o facto de ter crescido no seio de um ambiente familiar em que os elementos sempre se interessaram por política, participando nela de forma activa, de forma até muito directa e de várias maneiras. Por exemplo, o meu avô foi preso político durante o regime de Salazar, foi interveniente mais do que directo num cenário político que muitos desconhecem na realidade.
Porque é que te identificas com a ideologia do PCP e não de um outro partido?
Muito resumidamente, identifico-me com a ideologia do Partido Comunista Português por considerar que é aquele que realmente luta pela igualdade entre todos, pondo fim a privilégios e a injustiças, para além de ter sido maioritariamente graças a camaradas do partido que alcançámos a democracia em que hoje vivemos (ou pelo menos, deveremos viver…)
Como membro de uma juventude politica qual é o teu papel?
Faço parte do colectivo de Chaves, como simples membro. Temos todos as mesmas funções, participando e dinamizando as actividades de igual forma. Há 5 anos, fui membro da Direcção Regional de Vila Real e membro da Direcção Nacional. Na Juventude Comunista Portuguesa (JCP) não há propriamente um nível hierárquico de membros como é habitual; as ‘distinções’ são feitas por uma questão de organização espacial e de articulação de actividades nos vários pontos do país. Actualmente, participo também nas actividades do colectivo do Porto (cidade onde estudo), frequentando as reuniões sempre que possível.
Participas em algum tipo de evento político como congressos ou encontros, por exemplo?
Participei, como membro da Direcção Regional, nas reuniões que eram agendadas. Participei também no VIII Congresso da JCP, em 2006 (cada Congresso é realizado de 4 em 4 anos), sendo que por motivos pessoais não pude, infelizmente, estar presente na última edição. Acompanho, no entanto, os comícios, encontros e convívios do PCP sempre que posso. Participei também nas últimas Eleições da Comissão Concelhia do Partido, em Vila Real.
Que motivações dá o partido aos jovens para que eles de alistem à juventude comunista?
O partido não interfere na actividade da Juventude Comunista. A JCP tem estatutos próprios e independentes; é evidente que, no entanto, baseia a sua acção nos princípios e na ideologia do partido, sendo assim cada futuro membro à partida indentificar-se-á com eles aquando o momento de adesão. Mas é importante referir que é a JCP que faz a sua campanha de recrutamento de membros, e não o PCP.
De que forma é que tu e os jovens comunistas da tua cidade são interventivos?
Procuramos perceber os problemas, neste caso, da região onde vivemos (Chaves/Trás-os-Montes) e sensibilizar as pessoas que é sempre possível termos um papel activo para mudar para melhor. Alertamos, principalmente, para questões ambientais, de educação e de saúde. Tentamos, sempre que possível, organizar eventos que permitam também consciencializar as pessoas e a juventude em particular da importância da política, hoje em dia muito (e cada vez mais) desacreditada.
Já fizeste parte de alguma lista para eleições legislativas?
Legislativas não mas autárquicas sim. Fiz parte da lista da Câmara Municipal, da Assembleia Municipal e da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior pelo PCP nas Legislativas de 2009.
Acreditas que o PCP ainda pode crescer a nível nacional? Porquê?
Sim, tal como disse na terceira pergunta, o PCP é o único partido composto por pessoas honestas e competentes, preocupadas acima de tudo em igualar os níveis da sociedade, cada vez mais marcados pela existência de ricos e pobres, isto dito de uma forma muito simples. Veja-se o exemplo muito elucidativo do desmascarar que o Camarada Deputado Agostinho Lopes fez ao caso da Fundação da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012, em que o presidente recebia 35 mil euros mensais, por exemplo. Acho que não é preciso dizer muito mais acerca do assunto para que percebam o meu ponto de vista… Acredito sempre no PCP, a luta não pára!
Queres deixar alguma mensagem para os jovens portugueses politicamente mais confusos?
Sim, aproveito a oportunidade para alertar aos jovens que tenham o cuidado de estar informados. Não vou aqui apelar para que sigam os ideais do meu partido, ou de qualquer outro, mas sim para que se interessem pelo país onde vivem, pelo mundo onde vivem, e que se deixem daquela frase quase cliché “Eu não ligo a política, são todos uns bandidos”. É impossível entender o país e as suas mudanças sem percebermos as funções daqueles que praticam a política.
Para além disso, quero salientar a importância do acto de votar. É um direito de todos e que todos deviam praticar, como forma de exprimir a vontade e de dar a sua participação no funcionamento do país. Mas, para isso, têm de estar informados! Vale sempre a pena!
Por: Helena Teixeira
1 comentário:
Que bom ver que os jovens afinal ainda se preocupam com questões políticas. Deixo aqui uma pergunta à Diana:
Não achas que os ideais comunistas "castram" as legítimas ambições inerentes à condição humana? Ou seja, essa "igualdade entre todos, pondo fim a privilégios e a injustiças", não será uma forma de transformar os homens numa espécie de linha de montagem standardizada, onde o mérito próprio não é devidamente valorizado? Obviamente que, em relação às injustiças e abusos estamos todos de acordo, independentemente dos ideais políticos (quero acreditar). Mas a História também nos ensinou que os regimes comunistas acabaram sempre por impor coisas que restringem as liberdades que supostamente promoviam... transformando-se muitas vezes em regimes ditatoriais.
O que eu acho? Acho que o Comunismo, ao ignorar muitos sentimentos e ambições inerentes à condição humana, não se adequa à utilização numa sociedade como a nossa. Mas gostava de ouvir algum feedback sobre este assunto de todos os que lêem este blog e, em particular, da entrevistada nesta peça. :)
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