Nunca se ouviu falar tanto do Douro como nestes últimos anos. O salto qualitativo que a região duriense sofreu, fruto do trabalho desenvolvido por um determinado número de entidades, foi crescendo, de ano para ano. Nunca foi feito tanto investimento numa região como esta. 
A projecção nacional e internacional que a mais antiga região demarcada tem vindo a sofrer é repetidamente lembrada pelos principais organismos e pelos eventos que vão promovendo.

Pode dizer-se que o Douro soube aproveitar as tendências de uma sociedade que está em constante evolução. O Turismo tem sido uma das valências a que mais se tem recorrido como forma de cativar visitantes a um País. Mostra-se o bonito, as paisagens, as praias, os lugares mais movimentados e os mais recônditos, tudo para influenciar o turista de que este é o destino ideal. Num momento em que Portugal começou a constar nos lugares de topo da preferência de visitantes estrangeiros e, diga-se, quando se aperceberam que a região do Douro tinha (e tem) um enorme potencial, foram-se criando instituições para coordenar e desenvolver uma região que apenas era conhecida pelos seus famosos vinhos.
Para dar alguns exemplos, enumero a Turismo do Douro, a Estrutura de Missão do Douro, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, a Associação de Empresários Turísticos do Douro e Trás-os-Montes. Consulte-se os jornais regionais transmontanos e poder-se-á ver que foram muitos os eventos realizados para promover, interna e externamente, o Douro.
Muitos milhões de euros foram despendidos, no sentido de, passo a passo, atingir as metas que os “mestres” do turismo duriense delinearam. Douro Film Harvest, Baile das Vindimas, Concertos de Verão, Festival das Aldeias Vinhateiras, Concerto do BB King, entre outros, saíram do papel e concretizaram-se. Os objectivos foram atingidos? Dizem que sim: as taxas de ocupação nas unidades hoteleiras da região foram totais, a economia ganhou com o poder de compra trazido pelos turistas.
Criaram-se escolas de turismo, apostaram-se em pequenas e médias empresas de turismo ou de outros sectores, em organismos de turismo, em tudo que pudesse potenciar a mais-valia e a riqueza do Douro, mas esqueceram-se do mais importante. Têm vindo a estreitar parcerias com várias quintas durienses para alargar a oferta turística da região, mas será isso suficiente para manter vivo o Douro? Continuam a esquecer-se daqueles que sempre estiveram no Douro, daqueles que nunca o abandonaram e, com maiores ou menores possibilidades, foram dando vida, à sua maneira, à região vinhateira mais bela do mundo. Os verdadeiros intervenientes deste Douro Film ficaram e continuam como que de lado, em stand-by, a assistir ao belo espectáculo, aguardando a sua vez para entrar em cena (não por obrigação, mas por amor ao Douro) para o salvar desta complexa teia, voltando ao ponto de partida, recomeçando de novo.

Por: Ana Teixeira

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