1. Como tem sido a sua experiência como responsável pela secção de desporto da AAUTAD?
Fernando Parente: A experiência vai se adquirindo aos longo dos tempos. Desde 2004 que fiquei sozinho a liderar esta secção, e como se diz na gíria, tive de “arregaçar as mangas”, e fui tentando estar a par de tudo, principalmente no que diz respeito às secções federadas e também de toda a envolvência do desporto universitário. De referir que já faço parte deste departamento de desporto desde o ano 2000.
2. Deparou-se com algumas dificuldades durante estes dez anos em que esteve ao serviço do departamento de desporto da AAUTAD?
FP: Vai haver sempre dificuldades. Por exemplo, desde o ano passado que toda a gente fala da crise, pois a crise chega a todos os lados. Neste momento, apenas contamos com os nossos subsídios, e já não temos os subsídios das entidades que apoiavam a associação académica.
3. Já que fala da crise, a AAUTAD/Realfut, um clube onde já assumiu funções como técnico, deixou este ano de participar nos campeonatos federados por falta de verbas. É assim?
FP: Isso é um aspecto um pouco melindroso para mim, pois já estive ligado muitos anos ao clube, no qual também fui jogador e treinador. Penso que se perdeu um pouco a identidade daquilo que era a AAUTAD Futsal, isto porque os tempos gloriosos desta modalidade aconteceram na altura em que era reconhecida como uma equipa que tinha não só treinadores, mas também jogadores do mundo universitário. Em 2004, fez-se um protocolo com uma empresa, que era uma necessidade da secção devido a algumas dificuldades financeiras. No início desse protocolo, a equipa era maioritariamente constituída por universitários, mas, no terceiro ano, as coisas mudaram porque a direcção que estava protocolada com a associação académica, tentou dar o salto maior que as pernas. Na minha opinião, há três anos que a AAUTAD/Realfut vinha a perder a sua verdadeira identidade. Na altura, ninguém chamou a atenção, talvez porque havia um protocolo a respeitar. Tentou-se contratar atletas que não estavam identificados com a nossa realidade e, depois da minha saída como técnico, contrataram um treinador que também não estava identificado com o campeonato de futsal português. Foram erros que deviam ser calculados, porque isso acarretou outros custos.
4. Fale-me das modalidades inseridas nesta secção de desporto.
FP: A nível de equipas federadas temos o Râguebi, que está a competir mais uma vez o campeonato nacional da primeira divisão; o basquetebol, em que temos um protocolo com o Basket Clube de Vila Real e que compete na CN B2; o voleibol, que tem uma equipa constituída por estudantes e ex-estudantes da UTAD, e que subiu o ano passado à segunda divisão; a ginástica e o trampolim; a natação; a esgrima, que se trata de uma modalidade nova e que entrou para a nossa secção no ano passado. E por fim, temos o ténis, que já é um ex-líbris da nossa secção de desporto. A nível universitário, temos mais modalidades, mas isso depende também do que vai sendo proposto pela Federação Académica do Desporto Universitário.
5. Até ao momento, que balanço faz destas modalidades?
FP: Em relação ao ano passado, o balanço foi positivo porque conseguimos excelentes resultados. Neste momento, apenas existe um decréscimo daquilo que a secção de desporto já fez em anos anteriores.
6. Um dos torneios mais conceituados a nível universitário, são os jogos “Galaico-durienses”, no qual a UTAD sempre participou. Numa declaração a um órgão de comunicação social, o Fernando Parente diz que a UTAD tem sido prejudicada pelas arbitragens. Confirma?
FP: Sim, mas este ano, já que cabe a nós organizar os “Galaico-durienses”, vamos tentar trazer árbitros credenciados nas modalidades que aqui se vão disputar. Em relação à organização, vamos fazer algo totalmente diferente, porque se trata de uma marca assinalável por ser os vigésimos quintos jogos “Galaico-durienses”. Vai ser algo apelativo, e já a contar com as modalidades que aqui vamos ter, pois até isso será diferente. Acabamos com as colectividades que eram mistas, e tentamos pôr aquilo que já se fazia no início destes jogos, que são a inclusão de funcionários e docentes. E para tal, vamos ter o futsal para os funcionários com mais de trinta anos. Outra novidade, serão os jogos “sem fronteiras”, em que toda a gente pode participar, pois trata-se de uma modalidade que serve para a convivência, e que se calhar tem deixado de existir ultimamente. Depois vamos ter demonstrações de algumas modalidades, e também de actividades desta academia, como as danças de salão e hip hop.
7. Qual será o objectivo principal neste torneio?
FP: O nosso objectivo é ganhar este torneio. À partida, quem joga em casa, tem sempre a tendência de ganhar os “Galaico-durienses”. Vamos tentar também melhorar a nossa classificação em relação aos anos anteriores.
8. Última questão. Quer deixar alguma mensagem aos universitários ou ao público em geral?
FP: Sim. A nível de desporto da AAUTAD, nós estamos disponíveis para dar a informação necessária aos estudantes, não só através dos cartazes, mas também a através da internet, na qual já temos um protocolo com o SIDE. Com isto, vamos dar a máxima informação possível, como a carga horária para os treinos e, principalmente, onde se situam as instalações. E se calhar, necessitamos algo mais da própria academia, para que o desporto da universidade possa evoluir. Também esperamos que haja uma maior abertura no que diz respeito aos horários de treino que temos para oferecer aos nossos alunos, e também aos federados que têm vindo a decrescer ano após ano. Isto porque tem havido modalidades que em anos anteriores, treinavam uma hora e meia por dia, e dava para treinarem à vontade. Neste momento, estamos a dividir apenas uma hora e dez por treino, porque as limitações impostas dentro da universidade assim o exigem. Desta forma, torna-se impossível conseguir melhores resultados quando não existem as condições ideais.
Por: Henrique Daniel Silva
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