A Associação Juvenil, Cultural e Desportiva de Vila Marim, em parceria com a Federação Portuguesa de Todo-o-Terreno, promoveu no passado dia 9 de Outubro, um Passeio Todo-o-Terreno nesta freguesia do concelho de Mesão Frio.



David Correia, praticante de motociclismo há 8 anos na modalidade de Todo-o-Terreno em moto 4, conta-nos a sua experiência enquanto praticante, organizador e participante desta prova.

Com que idade começou a dedicar-se ao motociclismo?
Com cerca de 10 anos por influência dos meus primos, com ajuda da mota do meu avô.

Como surgiu o seu gosto por moto 4? E porque não gosto por outro tipo de veículo?
O gosto foi surgindo vendo as motas a passar e vendo as brincadeiras que se podiam fazer, tornando-se uma paixão a partir de 2002, ano em que o meu pai comprou uma moto 4. Desde então, tem sido o meu desporto radical, funcionando como “alívio” de stress pós semanal. Mesmo já tendo ponderado a hipótese de trocar por um jipe vou mantendo-me nas moto 4.

Tendo em conta que já participou em várias provas de todo-o-terreno, qual foi a que lhe deu mais prazer? Porquê?
A prova que mais me deu prazer em fazer foi em Vilar de Maçadas, concelho de Alijó, derivado ao seu percurso, paisagens, convívio e a gastronomia daquela localidade.

Qual a melhor e pior situação que guarda na sua memória das provas que já fez?
Das piores situações são algumas das quedas que também muitas das vezes dá sempre para rir, como um exemplo de cair duas vezes no mesmo sítio de maneiras diferentes, na qual me recordo de um passeio com um grupo de amigos, num caminho a descer com bastante acentuação, em que havia um buraco fundo. Com receio de cair, tentei parar a moto e os meus amigos a dizer para acelerar e eu claro, não fui na deles parei a moto, quando fui a dar por mim já estava por baixo dela. Depois de sair de baixo e não me tendo aleijado, foi gargalhada e gozo total. Eu não satisfeito e já recuperado do susto tentei fazer o mesmo caminho, mas desta vez a subir. Correu mal mais uma vez, pois voltei a ficar por baixo da mota e claro, como é óbvio foi mais uma vez gargalhada e gozo por parte dos meus amigos. São estas situações que me levam a não querer trocar de desporto. Hoje sou eu a cair, a ser alvo de gozo e a rirem-se de mim, amanhã é outro qualquer a cair e já sou eu a rir-me e gozar, mas sempre dependo das situações!

Quais são as principais dificuldades que mais encontra no terreno?
As dificuldades são muitas, desde buracos, pedras, vegetação, picas e descidas com bastante acentuação, estas que referi são as que os adeptos do T.T. mais procuram agora. A pior dificuldade que não tem remédio é mesmo as condições climatéricas.

Qual foi para si a prova mais bem organizada em que participou e com melhor pista de obstáculos?
No Peso da Régua, pois foi tudo muito bem organizado, desde a o pequeno-almoço até ao jantar.
Acha que a prática de Todo-o-terreno se pode tornar numa modalidade perigosa?
Pode! Sobretudo aqueles que não tiverem consciência e aventurarem-se sem fazer a mínima ideia daquilo em que se estão a meter.

Acha que o desporto de todo-o-terreno é bastante desvalorizado por parte de populares? O que acha que se pode fazer para que seja mais valorizado?
Acho que em determinadas terras, certos populares valorizam aquilo que se está fazer, enquanto outros não valorizam e criticam, mas isso aconteceu, acontece e irá sempre acontecer e isso não se pode mudar, já que vem da mentalidade das pessoas que não apreciam certo tipo de eventos.


No passado dia 9 de Outubro organizou uma prova todo-o-terreno em conjunto com outras pessoas. Qual o balanço que faz relativamente a esse evento?
O balanço foi positivo, esperávamos mais participantes, mas devido às condições climatéricas que anteverão o evento, muitos não apareceram e para espanto de todos esteve um dia espectacular, com muito sol e uma temperatura a rodar os 22ºC, o que deu para desfrutarem as paisagens magníficas da serra do Marão e do Douro Vinhateiro.
Estiveram presentes cerca de 60 jipes e 30 motas, entre as quais motos de duas rodas e moto 4, o que fez um total de 110 participantes espalhados pelas várias categorias. Claro que isto não foi feito só para os participantes, também foi pensado para a população que aderiu em massa, onde puderam desfrutar no final do dia de uma pista espectáculo onde os participantes mais aventureiros deram espectáculo com as suas máquinas.

Quais foram as principais dificuldades com que se debateram na organização deste evento?
As dificuldades foram desde as pessoas contra este projecto, às condições climatéricas e alguns desentendimentos entre nós, membros da organização, mas no final tudo acabou por correr bem, alcançando o nosso principal objectivo, a satisfação dos participantes. Posso dizer que 98% dos participantes saiu satisfeito, incentivando-nos a organizar mais eventos destes, para voltarem a participar. Como é normal, o português nunca está contente, então também estivemos abertos a críticas em que até a data de hoje só duas delas eram construtivas e será rectificado na próxima prova.
Sabemos que irão organizar mais provas de todo-o-terreno. Para quando uma nova prova em Vila-Marim, Mesão Frio?
Ainda está nos segredos dos deuses! Mas esperamos que seja para breve!

Acha que a federação portuguesa de todo-o-terreno se esforça pouco para promover esta modalidade?
Tinha essa ideia, mas depois da forma como fomos tratados (organização) por eles, foram cinco estrelas connosco, desde a obter licenciamentos, seguros e até mesmo na publicidade. Na minha opinião fizeram um grande trabalho e nós, organização. como forma de agradecimento para com eles fizemos questão que participassem no nosso passeio, na qual, por indisponibilidade só podemos contar com o Presidente da Federação portuguesa de todo-o-terreno ao jantar, onde foram trocadas várias ideias entre a organização e a câmara municipal, de modo a melhorarmos numa próxima prova que se ambiciona ser em breve.

Por Andreia Mota

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